segunda-feira, 11 de novembro de 2013

PARA QUEM É PAI/MÃE E PARA AQUELES QUE O SERÃO...





 Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos. 
 É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados. Crescem sem pedir licença à vida.
 
 Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.Mas não crescem todos os dias de igual maneira. Crescem de repente.
 
 
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura. 

 
 Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? 
 

Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de
 aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do Maternal?
 
 A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça! 
 
 Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes sobre patins e cabelos longos, soltos. Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros.
 
 Ali estamos, com os cabelos esbranquiçados. 
 Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas,das notícias, e da ditadura das horas. 
 
 E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros. Principalmente com os erros que esperamos que não repitam.
 
 Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos próprios filhos. Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
 Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
 
 Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.
 Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os
 adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos ensurdecedores. 
 
 Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao Shopping, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado. 
 Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
 
 No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e amiguinhos.
 
 

Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim. Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era
 impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
 
 Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
 
 Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a rezar) para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade.
 
 E que a conquistem do modo mais completo possível.
 O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. 
 Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. 
 
 Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso é necessário fazer
 alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.
 
 "Aprendemos a ser filhos depois que somos pais. Só aprendemos a ser pais depois que somos avós..."
 
 (Affonso Romano de Sant'Anna)









Fotos de álbuns da família

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dizem que o céu é dos Loucos.









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Esta foto que meu filho fez e foi escolhida como uma das melhores fotos do leitor do site sobre fotografias, o "Melhor Angulo", combina com esta definição de céu que encontrei na internet e achei muito linda, então repasso:

- Defina “céu”.

O professor:

- Do latim, caelum, abóbada celeste. O infinito no espaço ou espaço onde estão os astros, o firmamento. A atmosfera seria um bom sinônimo, bem associado também ao clima, ao ar.

O Engenheiro:

- O teto.

O Dentista:

- Parte superior interna na boca. O céu da boca.

O Cult:

- Uma cantora maravilhosa, conhece?

O apaixonado:

- Ela.

O Louco:

(ele aponta para uma poça d’água que, como um espelho, refletindo, trazia o céu para o chão).

- Minha Casa! Piso nele todo dia.

E o Louco vivia andando nas nuvens.

                                                                                                                                                                Clarice Freire


Muito fofa essa menina, a Clarice Freire, ela escreve no blog:

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