segunda-feira, 27 de abril de 2015

Essa caixinha de surpresas chamada vida

Como a vida é surpreendente.
Há alguns dias eu pensava como minha vida estava estável. Mesmo com os problemas rotineiros a vida seguia bem, sem nenhum sofrimento novo, sem notícias trágicas e doloridas. 
Pensava: esta calmaria, com certeza, não será pra sempre, como nada é nunca.
- O que poderia acontecer pra acabar com essa fase morna? 
E se fosse a morte de algum ente querido? 
Ah, isso não, eu nem cogitava. Não gosto da morte, mesmo sabendo ser o fim de todos. Não gosto de velório, falo que se possível nem no meu eu irei e dependendo que quem morre a dor é imensa, a da morte de minha MÃE é constante, sinto saudades de tudo que vivi junto dela, minha primeira mestra, meu grande amor.
E se fosse um acidente? 
Andei cuidando mais no percurso de trânsito que faço entre minha casa e a escola. Já fui atropelada e também já sofri queda horrível ao quebrar uma peça da bicicleta, longe de mim qualquer nova dor física, as que tenho já são insuportáveis 24 horas por dia.
E se fosse perder qualquer bem material? 
Isso não me abala tanto, já perdi muito, já doei muito, poderia ter uma vida bem melhor se tudo o que já trabalhei tivesse ficado só pra mim em vez de ter usado o dinheiro pra amenizar necessidades alheias ou ter sido lesada.
E se fosse uma catástrofe climática? 
Ainda bem que moramos neste país tão abençoado, mas já tivemos a casa destruída por uma chuva de granizo em 2004 que despejou pedras de gelo do tamanho de laranjas sobre nós, fez picadinho do telhado, estragou geladeira, colchão, mesa, etc, mas nós nada sofremos e conhecemos o amor de pessoas que muito fizeram pra amenizar os estragos. Tudo aos poucos consertei ou comprei novo.
Mas a intuição estava certa. 
Havia uma mudança pra acontecer.
Me vi totalmente impotente diante da dor emocional sentida por alguém que amo muito. 
Não entendo bem isso de pessoas que deliberadamente fazem outras sofrerem. Não entendo como existe gente cruel e sem coração.
Vi quem amo muito sofrer e chorar. Chorei junto, lógico.
Poderia ter sido diferente. Penso que ela poderia ter sido tratada com mais bondade, que poderia ter havido perdão pra suas falhas, que merecia tempo pra provar suas novas intenções. 
Eu vejo as coisas do lado de cá. Dizem que a verdade tem "o meu, o seu e o próprio lado".
Hoje procuro confortá-la e espero que a vida, o tempo e a distância forneçam as respostas que ela busca. 
Quero que ela nunca perca a fé nas pessoas, que o amor guie sua vida, que os amigos (verdadeiros é redundância, pois amizade só o é se verdadeira for) riam e brinquem pela vida juntos dela, que todos os bons sonhos se realizem. 
Creio mesmo que a vida nos afasta, sempre que possível, de males maiores. 
Temos que agradecer pelas coisas e momentos bons, o diferente nos acontece pra que aprendamos a lição.
Temos que manter a fé e esperar sempre pelo melhor, pois depois da tempestade vem a bonança, da chuva vem o arco-íris, da lágrima o riso

"A mágoa e decepção vêm quando esperamos algo de alguém que esse alguém não


 está pronto para dar. A gratidão, o amor e o respeito a gente não cobra: vem de dentro se a 


pessoa tem por ela mesmo e pela vida. Ninguém dá o que não tem, cada um no seu tempo e 


aprendizado.


A vida ensina, pelo amor ou pela dor. Segue teu caminho hoje, fiel aos teus valores e não te 


justifiques para ninguém. As almas afins se sentem, as outras nunca entenderão...." ★

                                                                                                    Carolina Salcides




foto de Vini Poffo