domingo, 22 de abril de 2012

Minha homenagem aos que tem o dom de escrever



Foto via Karina blogspot.com
Estamos na Semana do Livro .
Tem pessoas que tem este dom maravilhoso de "desenhar palavras" como a Ilaine diz no poema abaixo.
Sou apaixonada por ler.
Tenho que fugir do que me chega às mãos senão os olhos querem se fartar e mais ainda quando é algo que cai direto no meu gosto.
Meu pai e minha mana Ieda tem esse dom da escrita. Meus filhos também: Juliana, que fez Direito,  arrasa quando explana sobre uma defesa ou acusação. Vinícius gosta das sátiras e comédias, já esta começando a escrever roteiros para o grupo de teatro do colégio. Anita pelas poesias e crônicas.
Minhas mais antigas lembranças sobre minha aprendisagem de ler e escrever me levam ao jardim de infância, onde íamos eu, Wilmar e Ieda. Administrado pelas Irmãs Canossianas no bairro Boas Vista tinha um pátio de recreio muito colorido e com brinquedos comuns a todos os jardins (balanços, escorregadores, vai-e-vem, bancos); uma sala com muitos ganchos onde pendurávamos nossa lancheiras e nossas toalhinhas e aventais; pátio pra merendar a comida feita pela Irmã cozinheira (sopa de lentilha - daquela ainda com casquinha- e achocolatado,  se tinha outro tipo eu não lembro); sala de aula onde me esforçava para acabar rápido e perfeito o exercício administrado para poder ganhar da Irmã responsável uma figurinha já recortada e que ela colava no caderno e a nós cabia pintar com lápis de cor o cenário em volta da mesma - quem ganhava um peixe deveria desenhar o rio ou o mar, se fosse uma flor   era para circundá-la com um jardim, se fosse um carro teria o direto de estampar uma rua- e era um orgulho para o escolhido do dia ter seu caderno exposto na frente da turma toda. Hoje isso não significa nada, mas há muitos anos uma figura colorida não era coisa fácil de se conseguir. 
Comecei o Primário, nome dado na época ao Ensino Fundamental, na Escola Primaria Tupy do Grupo de Empresas Tupy onde meu pai era funcionário. Meus pais nos compravam livros desde que eu estava no 1º ano  (ainda tenho "O Jabuti e o Gigante") e eu ainda era contemplada com a Bíblia em Fascículos, lançada pela Abril Cultural em 1970 (ui, quanto tempo já se passou) que tinha ilustrações belíssimas além de conter na contra capa a história de um pintor famoso com fotos de algumas das suas obras  mais famosas, assim que meu pai me trazia eu corria lá pro gramado de casa para ler.
Nos primeiros anos de escola amei O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry (o livro das misses, como é apelidado pois diz a lenda: pergunte à uma candidata a mis qual livro ela já leu? A resposta será -O Pequeno Príncipe!) acho que o reli mais de 20 vezes até hoje. 
Tenho uma história engraçada pra contar: Minha professora do 4º ano, a Dona Iara Maria Zipperer, ao me ver lendo o livro "Eram os Deuses Astronautas?" perguntou - Quem foi que pode ser tão irresponsável e lhe deu este livro tão carregado para ler? -Meu pai, lhe respondi. -Quero falar com seu pai, diga-lhe para vir até a escola. Meu pai não foi, foi minha mãe e explicou-lhe que eu vivia a "devorar" os livros que meu pai tinha que ler porque fazia a faculdade de Letras. Eu tinha 11 anos (certamente não é um livro pra criança nesta idade). Para ele era obrigação e para mim pura diversão, às vezes eu lia os livros que ele deveria ler e fazia o resumo, àqueles com inicio, meio e fim. Coisas de aulas de literatura. Assim  li "A Moreninha" de Joaquim Manuel de Macedo, "Senhora" de José de Alencar, "Um garoto chamado Dumbar" de Jean Gould e muitos outros.
Já no Ensino Médio incomodei tanto a bibliotecária do Colégio dos Santos Anjos fazendo troca de livro a cada dois ou três dias que ela resolveu abrir uma exceção e me deixar pegar numa única vez por semana 2,3 ou 4 livros, tal era minha rapidez em lê-los - a regra era 1 ou 2 por mês - e eu ainda trabalha na Consul durante o dia, ajudava nas tarefas de casa nos finais de semana, bordava e fazia crochê. 
Não, eu não namorava. Os livros me encantavam por demais. Não que as pessoas não fossem fascinantes, mas sempre tive uma curiosidade em conhecer, pesquisar, ir além e muito além do além. Isso é muito fácil com os livros. Namorar deixei pra depois.
Hoje na internet, com os blogs e os sites, isso é infindável. Amo ler e às vezes até esqueço da vida quando encontro artigos, reportagem e postagens que me cativam.


PARABÉNS AOS ESCRITORES.
AOS GRANDES DESENHISTAS DAS PALAVRAS  MUITO OBRIGADA!

Foto de Andzrej Kulik via Picasa autorizado

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