quinta-feira, 19 de abril de 2012

Para Anita em seus 15 anos


Foto autorizada de Marta Bubacka  via Picasa



A ANITA COMPLETA 15 ANOS.

Lembro bem desses seus 15 anos vividos conosco. 
E como não lembraria? 
Afinal, foi ontem ou anteontem que tudo começou, né? A vida passa rápido demais... #aff.
Neste livro dos 15 anos de sua vida fecharam-se vários capítulos e abriram-se outros. 
Nasceu chamando a atenção de todos, pois teve que lutar para sobreviver e cobrou oração de toda a família. Valeu a pena. Não sei se para agradar aos pedintes e suplicantes da terra ou pra se livrar de uma arteira lá no céu, o fato é que você resistiu e foi ficando por aqui.  
Foi morar em Florianópolis e andar na Beira Mar Norte. E como andou. Ia longe e nunca reclamava. Ia atenta aos pedestres, às ondas do mar, aos pássaros, às nuvens. Dois aninhos e uma inquietude de 100 anos. Lá nos deu outro susto, contraiu uma bactéria estomacal quase fatal. Ainda bem que existe o "quase".
Retornou pra cá. Bem pequena ainda e já queria constantemente acompanhar a Juliana, era como se fosse mais uma das suas pequenas bonecas, o diferente é que andava, dormia, comia, ria e ria muito com a irmã. Eram felizes brincando de desfilar e de se enfeitarem. Hoje o difícil é lhe manter longe do guarda roupas de Jú.
O Vinícius era seu amigo constante, seu protetor em algumas situações bem difíceis (melhor nem mencionar aqui) e em outras era você que protegia, incentivava e influenciava. Bem parecida com a parceria de agora no SENAI.
Seus pais tomaram caminhos diferentes em busca da felicidade, cada um de sua maneira, pois já viviámos histórias diferentes.
Entrou em creches. Saiu de creches. Várias e por variados motivos. A única constante é que sempre encantou os seus cuidadores e amiguinhos de turma. Muitas vezes, em minhas idas à Secretaria de Educação, ao encontrar-me com seus professores daquela época perguntam-me -E a Anita, como esta? As histórias mais marcantes daquela época: 1)você e o mano terem ensinado todas as crianças do CEI Pedro Ivo irem cumprimentar as merendeiras logo ao chegarem de manhã cedo ( a Maria do Jair não passa uma vez sem comentar isto); 2) como eu trabalhava no outro lado da rua, ao subirem no escorrega, conseguiam me ver e chamavam por mim, como  eu não ouvia imediatamente um coro de amiguinhos se juntava à vocês e, fatalmente, todos nós ouvíamos: -Oh, mãe da Anita! Oh, mãe do Vinícius! Era muito engraçado; empoleirados no topo do escorrega estavam tantos quantos cabiam (até o pessoal do CEI se desmanchava em risos) e isso continuou por meses seguidos.
  Caixas de papelão, novo bairro, nova casa - ou melhor, novas casas - nova escola, nova rota do ônibus... novo tudo.  Viemos morar aqui bem pertinho do mato. -Mato de mais pra nós! Me dizem meus três filhos.
Na Escola Municipal Adolpho Bartsch escrevia e reescrevia. Escrevia o que vivia, o que imaginava, o que inventava. Fazia um papel bonito pra escrever, é fazia sim de verdade o seu próprio papel. Era mais mágico. Aprendera com a professora. Tenho um deles guardado num baú (não é um baú mágico, mas guarda de cada filho pedacinhos de histórias: primeiras roupinhas, primeiros desenhos, primeiros cartões pra mim, primeiros cadernos escolares, primeiros textos -alguns são de morrer de rir e outros emocionantes- diversas outras primeiras lembranças) Pedacinhos que contam pedaços de vidas e que de pedaços em pedaços toda uma vida se faz.
Depois foi pra Escola Agrícola Carlos Heins Funke. O menina danada. Muito amada e um pouquinho, mas bem tiquinho mesmo, assim quase nada de tão pouquinho, odiada. Amou cada amiga e cada amigo como se família lhe fossem. E eram. Escola Agrícola tem disso. A gente vira família mesmo. Trabalhei lá e eu era a Tia, a única Tia de todos. Uma honra. Imagina então de onde vinham alguns odiosinhos: ciúmes, hora da irmãzinha Anita, hora de sua mãe. Tinha também as rabuchices próprias da idade: ontem melhor amiga ou amigo, hoje nem falo com você. Hoje o Sor ( lá professor vira Sor e não tem quem mude isso) é 10 com estrelinhas e amanhã, bem isso é mais uma coisa que é melhor nem escrever aqui, mas se toda praga pegasse, ui, ui, ui, ui! Lá ela desmaiou durante um procedimento na aula de Práticas Zootécnicas e baixou hospital, chegou a "falar em línguas" devido a pancada na cacholeta. Hoje a gente ri.
Aqui neste bairro o que essa menina já caiu de bicicleta dá pra escrever um livro. Tem a do dia -Hoje é sábado? O Gilian vem aqui? A da unha arrancada em batida contra uma ponte. A última e com maior dano físico -Merda, a Anita caiu! É caiu e quebrou o pé, ralou os 2 joelhos, a mão, o ombro, etc... Tá quase boazinha agora. Tirou o gesso por graça dos médicos que contrariaram as enfermeiras que queriam deixá-lo nela até lá pelo dia 25, risos...
“E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” (Lucas 2:52) Não foi diferente com a Tata. O que relataram de Jesus poderia ter sido sobre ela. 
  Criança normal, Ops..., abro aspas, "normal"? 
O que é este seu jeito tão moleca de levar a vida. Tão cheia de risos. Alegria fácil. Digo-lhe um milhão de vezes por dia, ou seria um silhão: Avoada! Tanto viaja pra este mundo da alegria e da felicidade. Mundo do ver as coisas boas da vida mais que as ruins. Consegue demorar 1 hora pra contar uma piada de 1 minuto por tanto rir de si mesma e transformar toda a situação a sua volta coadjuvante da simplória piada.
Quando quer ela ajuda na lida da casa que é uma maravilha e quando não quer eu obrigo e pronto. 
Cozinha muito bem ou vive de macarrão instantâneo. 
Grava na memória com mais facilidade uma música do que uma solicitação da mãe.
Alguém tem por aí um ser parecidinho com essa minha filha?
Fazendo 15 anos. Já disse isso, né? É que eu tô repetindo isso pra mim mesma pra ver se uma hora a ficha cai, porque tá difícil, viu.
Lhe amo muito minha filha. Mesmo nas broncas (se bronqueio é porque ainda me importo).
Quero que o mundo lhe seja o melhor que puder ser: pesado só para lhe ajudar a perceber o quanto é forte; leve só o suficiente para que possa planar acima dos campos e notar sempre que mesmo no mato nascem belas flores; escuro para que veja o quanto o sol brilha e faz brilhar a lua, essa  que sem o sol não brilharia e que você descobriu isso há poucos dias (tristeza sua e risos nossos, imagina então a estranhesa do seu professor); claro para ver o rosto dos seus amigos e estender a mão pra todas as pessoas, começando por sua família e não se esqueça dela jamais; ruim para que a dor lhe molde a bravura e a persistência; bom para que não se percam de você a esperança e a caridade.
 Comemoração? Teremos, sim senhor! A família espera por isso há muitos meses. Não sei quando será, por hoje só uma fatia de bolo, isso mesmo, uma única fatia e uma única vela. É pouco, muito pouco mesmo, você merece muito mais. Tem que haver muito mais. Não tem como ficar só nisso. Precisamos lhe abraçar, beijar, cheirar, tocar, beliscar, abraçar novamente e dar mais beijos. Nececitamos demostrar que estamos felizes POR VOCÊ EXISTIR! 
E aí Anita vai nos negar esta festa? Sua vida é uma festa, queremos apenas mais uns minutos dela conosco pois bem já sabemos que esta crescendo rápido e logo logo seus voos serão outros,  bem altos e bem longínquos.
Fique bem e seja sempre feliz!
Com amor da Mamãe

Texto inspirado e com uma parte copiada de Thalita Carvalho do blog
http://www.casadecolorir.com.br/2011/07/aos-15.html

Foto de Deb Sharp autorizada via Picasa

4 comentários:

  1. Só coração de mãe mesmo pra guardar tantas lembranças. Linda mensagem para uma filha.

    Feliz aniversário para a Anita, tudo de melhor hoje e sempre.

    Grande beijo,

    Cris Turek

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  2. Lindas palavras prima Rosi; que coração lindo de mãe que tens! Meus PARABÉNS a Anita e felicidades para todos vocês, que merecem tanto, sempre!! Beijos, com amor, Fofa.

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  3. Lindas palavras prima Rosi. És uma mãe valiosa! Meus PARABÉNS a Anita! Felicidades a todos vocês, que merecem muito, sempre! Beijos, com amor, Fofa.

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  4. Nossa Rosi, que coisa mais linda... realmente a Anita é única e peço a Deus que a proteja em dobro, pois avoadinha, tipo uma fadinha, isso ela é mesmo... parece nem pertencer a este mundo concreto, parece um anjo de tão linda e tão nas nuvens. E esse é o charme dela...Obrigada, minha irmão que eu tanto amo, por nos dar a Anita de presente. Ela é, com certeza, uma alegria, um orgulho, uma inspiração...Deus estava presente, (e ela é a prova viva), quando você a concebeu.... Bj. Amo você.

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